sábado, 15 de setembro de 2012

CONHECER PARA ACREDITAR


No último número da folha paroquial anunciei que iríamos estudar, ao longo do ano pastoral, alguns documentos Conciliares, Vaticano II, e, a partir do Catecismo da Igreja Católica, colocar as bases necessárias para uma fé verdadeira e fundamentada. A vivência do ano da fé anunciado pelo Santo Padre deve levar-nos a reflectir sobre o conhecimento que nós temos de Deus em quem acreditamos.
O Catecismo ensina os caminhos para se chegar ao conhecimento de Deus, para professarmos nele a nossa fé, enquanto os documentos Conciliares esclarecem ou ensinam o valor da fé em Deus na vida do cristão.
Quanto ao conhecimento de Deus, o Catecismo ensina que o homem é capaz de conhecer Deus - porque “o desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem a si, e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso”. (C.I.C, 27). “Criado à imagem de Deus, chamado a conhecer e a amar a Deus, o homem que procura Deus descobre certos caminhos de acesso ao conhecimento de Deus. Também se lhe chama provas de existência de Deus – não no sentido das provas que as ciências naturais indagam, mas no de «argumentos convergentes e convincentes» que permitem chegar a verdadeiras certezas. Estes caminhos para atingir a Deus têm como ponto de partida a criação: o mundo material e a pessoa humana” (C.I.C, 31).
“O mundo e o homem atestam que não têm em si mesmos, nem o seu primeiro princípio, nem o seu fim último, mas que participam do ser-em-si, sem princípio nem fim. Assim, por estes diversos caminhos, o homem pode ter acesso ao conhecimento da existência duma realidade que é a causa primeira e o fim último de tudo, e que todos chamam DEUS” (C.I.C, 34). “As faculdades do homem tornam-no capaz de conhecer a existência de um Deus pessoal. Mas, para que o homem possa entrar na sua intimidade, Deus quis revelar-se ao homem e dar-lhe a graça de poder receber com fé esta revelação. Todavia, as provas da existência de Deus podem dispor para a fé e ajudar a perceber que a fé não se opõe à razão humana” (C.I.C. 35).
Quanto ao sentido e valor da fé os documentos Conciliares ensinam que “o povo de Deus participa também da função profética de Cristo, difundindo o seu testemunho vivo, sobretudo pela vida de fé e de caridade oferecendo a Deus o sacrifício de louvor, fruto dos lábios que confessam o seu nome…” (L.G, 12) A Deus que revela é devida a obediência de fé; pela fé o homem entrega-se total e livremente a Deus oferecendo a Deus o obséquio pleno da inteligência e da vontade e prestando voluntário assentimento à Sua revelação. Para prestar esta adesão da fé, são necessários a prévia e concomitante ajuda da graça divina e os interiores auxílios do Espírito Santo, o qual move e converte a Deus o coração, abre os olhos do entendimento, e dá a todos a suavidade em aceitar e crer a verdade…” (D.V. 5). “O povo de Deus movido pela fé com que acredita ser conduzido pelo Espírito do Senhor, o qual enche o universo, esforça-se por discernir nos conhecimentos, nas exigências e aspirações, em que participa juntamente com os homens de hoje, quais são os verdadeiros sinais da presença ou da vontade de Deus. Porque a fé ilumina todas as coisas com uma luz nova, e faz conhecer o desígnio divino acerca da vocação integral do homem e, dessa forma, orienta o espírito para soluções plenamente humanas.
O concílio propõe-se, antes de mais, julgar a esta luz os valores que hoje são mais apreciados e pô-los em relação com a sua fonte divina. Tais valores, com efeito, na medida em que são fruto do engenho que Deus concedeu aos homens, são excelente, mas por causa da corrupção do coração humano, não raro são desviados da sua recta ordenação e precisam de ser purificados…” (G.S. 11).

O Pároco