sábado, 24 de novembro de 2012

A Fé como Virtude e como Dom


Como já tive ocasião de escrever nos números anteriores, estamos a viver o Ano da Fé, proclamado por Sua Santidade, Papa Bento XVI a 11 de Outubro de 2011.
O Ano da Fé deve levar-nos a reflectir sobre a nossa própria adesão ao projecto de Deus; por isso, ao falarmos da fé procuraremos situá-la no contexto onde encontra o seu verdadeiro sentido, no contexto das virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. Neste número apenas vamos enunciar esse grande conjunto e nos centraremos mais no Dom da Fé; nos outros números falaremos da Esperança e Caridade.
A este respeito diz o Catecismo da Igreja Católica: “As virtudes teologais fundamentam, animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para os tornar capazes de proceder como filhos seus e assim merecerem a vida eterna. São o penhor da presença e da acção do Espírito Santo nas faculdades do ser humano…” (CIC, 1813). A Fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou e que a Santa Igreja nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria verdade. Pela fé o homem entrega-se total e livremente a Deus. «O justo viverá pela fé» (Rom. 1,17) A fé viva «actua pela caridade» (Gl.5,6). (CIC. 1814).
A este respeito, o Papa diz: «(…)o professar com a boca indica que a Fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A Fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A Fé, precisamente porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria Fé a toda a gente. É o Dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso (…)» (PF. 10). A Fé brota da Caridade de Deus, no seu próprio agir em favor dos homens. Ela torna-se assim um acto de reconhecimento dessa acção de Deus na história da humanidade e, o que é justo. Professar a Fé da Igreja é aceitar viver como Igreja, como membro de uma comunidade viva e actuante.
                                                                                                                    O Pároco

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